O "Himmels=Brief" ou carta celeste era usado e cuidado com extrema delicadeza pelos pomeranos. Em alguns casos, era guardado em pequenos saquinhos de algodão, para evitar que se rasgasse e destruísse. Era usado com a finalidade de dar proteção a quem a portasse. Todos tinham muito respeito por este objeto, que era usado praticamente como amuleto, porém, os pastores não gostavam muito disso.
Apesar da relevância do significado das cartas no cotidiano dos pomeranos, os pastores das Igrejas Luteranas não atribuem a mesma importância e existência dessas cartas no interior das casas pomeranas porém, as cartas são alvo de crítica desses pastores, e são consideradas "superstições" no sentido negativo do termo. Muitos pastores atribuem a origem da carta ao fato de elas serem a expressão do pietismo na Alemanha na passagem do século XVIII, após longo período de guerras religiosas, quando havia "um apelo às práticas supersticiosas" e a busca incessante de proteção nas batalhas.
Lembro que a família de minha bisavó tinha grande apreço por essas cartas. Nos últimos anos de vida de minha bisavó, recordo que encontrei cerca de dez cartas na gaveta de sua cômoda. Inclusive, certa vez ela me presenteou com uma. Ela contava que era comum colocar a carta à direita da criança no berço, para lhe fornecer proteção. O "himmels=brief" era um objeto que os pomeranos guardavam na carteira, e quando falecia era colocado junto no caixão.
O povo pomerano tem uma cultura riquíssima mas, também guarda muitas histórias e práticas supersticiosas que hoje perderam seu sentido, mas relembram e conservam a identidade desse povo.
Bom dia. Juliano.
ResponderExcluirUm tema que cabe ser discutido em uma nova publicação, sobretudo dentro de uma visão da IELB. Consegues entrar em contato comigo pela e-mail?
Abraços,
Ivan Seibel
ivan@seibel.com.br
Que bom ver a postagem, já andava a um tempinho procurando sobre. Eu tenho ainda guardado aquelas caixinhas que ganhávamos dos padrinhos no batizado, bem antes eram colocados saquinhos com ervas secas, Nasci em Canguçu também, e meus parentes todos somos pomeranos, agora mais que nunca tenho muito orgulho!
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