Os luteranos formam uma Igreja Confessional e Litúrgica, que tem normas que caracterizam e orientam o culto. Como então deve ser entendido o culto luterano?
Um culto luterano é aquele que está firmado na justificação pela graça de Deus, mediante a fé. As confissões luteranas afirmam que este é o artigo central da fé cristã. Qualquer atividade cristã cultural precisa estar firmada no fato de que Deus, por sua graça e pela obra de Cristo, veio ao encontro do pecador para reconciliá-lo consigo (2 Co 5.18-20). E essa graça é recebida pela fé.
Para os luteranos, o centro do culto é Cristo, o Senhor. Este culto prega a vida e obra de Cristo em favor do pecador, como único caminho para a salvação. O foco do culto luterano está em Cristo e não no humano. "O culto luterano toma nossos olhos e os direciona firmemente na cruz de Jesus, onde o Senhor do universo sofreu e morreu pelos pecados do mundo". Ao mesmo tempo, o culto luterano tem a Santa Ceia como ponto culminante. Assim, os luteranos tem apenas uma perspectiva de culto, que engloba Palavra, Batismo e Santa Ceia. Eles são a dádiva preciosa de Deus pelos quais nos dá o perdão e a salvação. O culto luterano visa receber esses dons de Deus. O dar é resposta à ação de Deus. Nosso foco está em Deus e o foco dele está em nós. Ele fala e nós escutamos.
Sendo Igreja Confessional, o culto é luterano quando está em harmonia com a teologia que ela confessa e em coerência com aquilo que pratica. A nossa forma litúrgica precisa ser útil para compreendermos a nossa teologia. Para os luteranos, o culto sempre supõe "a ação anterior de Deus e, a partir disso, provoca a resposta do homem".
E, como Igreja Litúrgica, podemos ainda dizer que culto luterano é aquele que segue uma estrutura herdada desde a Igreja primitiva e formada através de 20 séculos. Isso quer dizer que um dos elementos que caracteriza o culto luterano é a sua própria liturgia. Hoje, esta liturgia compreende a confissão e o perdão dos pecados, a leitura da Palavra e a sua exposição, a confissão de fé, as orações, as ofertas, os hinos e os cânticos, a consagração e a distribuição da Santa Ceia, e a Bênção.
KARNOPP, David. Culto divino. Porto Alegre. Editora Concórdia. 2012. Pág. 35
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