sábado, 23 de janeiro de 2016

Sobre as "panelinhas" na igreja...

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Por André de Oliveira

 Somos seres sociais, necessitamos do convívio em grupo. A formação de um grupo se dá pelas afinidades, gostos, idade, condições socioeconômicas, enfim, pelo compartilhamento de algo em comum. Na igreja, como um agrupamento de pessoas, nada mais normal que haja grupos, mas o problema está quando grupos demasiadamente coesos "panelinhas" criam condições para exclusão de outros irmãos.

 As panelinhas não abrem espaço aos novos, o que me faz remeter ao autor Norbert Elias, em seu livro "Os estabelecidos e os Outsiders" que mostra claramente essa problemática, em seu livro uma comunidade de estabelecidos (moradores há gerações na localidade) estigmatizam um grupo de Outsiders (recentes moradores). Elias concentra esforços em compreender a psicologia desses atores sociais. Pois bem, abrindo mão do sociólogo e rumando para nosso maior referencial, Jesus Cristo, que resumiu todos os mandamentos em um só "Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.” (Jo 13:34). Nesse versículo, Jesus deixa claro a importância do amor, tarefa difícil, mas fundamental na peregrinação do cristão, buscar à cada dia um amor sublime por seus semelhantes, da mesma forma entre irmãos, na igreja, onde devemos ser um só corpo, unidos, amando nosso irmão, como Cristo nos amou.

 Como cristãos devemos fugir das panelinhas, não criar barreiras aos novos, pelo contrário, acolher os novos irmãos, para que não sejam acolhidos pelo mundo, na igreja, embora todos tenham suas particularidades e diferenças, devemos pensar como uma unidade, como Paulo exorta aos Gálatas: "Não pode haver judeu nem grego; escravo nem liberto; nem homem nem mulher, porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gal 3:28). Quão doloroso é vermos jovens cristãos fracos, sem vontade alguma de congregar, porque são rejeitados pelas panelinhas.

 Também acerca das consequências das panelinhas, está a condenação das pessoas não cristãs, quantos que vão visitar uma nova igreja e não são bem recebidos, entristecem e nunca mais voltam? Tamanha é a responsabilidade de criar na igreja um ambiente afetuoso, receptivo e que sobre amor.

 Que não haja divisões dentro de nossas igrejas como houve na Igreja de Corinto, aos quais Paulo exorta: "Irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo suplico a todos vocês que concordem uns com os outros no que falam, para que não haja divisões entre vocês; antes, que todos estejam unidos num só pensamento e num só parecer." (1 Cor 1:10), mais adiante (1 Cor 3:1-3), Paulo refere-se aos Coríntios como carnais e crianças espiritualmente.

 Não sou utópico em pensar que abriremos mãos de nossos gostos, particularidades e teremos uma afinidade da mesma forma com todos à nossa volta, até mesmo os apóstolos Pedro, Tiago e João, possuíam afinidades entre si, os três eram pescadores, cresceram no mesmo meio social, tinham a mesma linguagem, cultura, mas isso não os deu direito de excluírem os demais apóstolos, Jesus tinha uma relação igual com todos, mesmo cada um possuindo uma identidade distinta

 Por fim, pensemos, será que Jesus aprovaria a divisão da igreja em pequenos grupos que segrega, exclui e menospreza àqueles que não são aceitos? Devemos fazer parte de uma igreja, ter comunhão entre os irmãos, não só porque é uma exigência das Escrituras, mas porque lá louvaremos a Deus, e isso é o mais importante de tudo, mas quão bom é um igreja que nos faz sentir felizes e amados...

 Em relação aos "rejeitados" pelas panelinhas, buscai conforto em Cristo, que com certeza os aliviará, não olhemos para o que já foi, mas prossigamos para o alvo, mantendo-nos firmes até o dia em que dormiremos e ouviremos o soar da trombeta, e viveremos com Cristo eternamente em seu Reino de Glória.

 Ainda, cabe a todos nós orarmos a Deus e pedirmos maturidade para aceitarmos nosso irmão, tratar um ao outro com amor e que possamos seguir o ensinamento de Jesus: "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros" (Jo 13:35).


Sobre o autor: André de Oliveira é cristão , mestre em Agronomia, membro da CCB e  colaborador adjunto do blog Teologando.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Meditação: VASO DO SENHOR...

    A arte de trabalhar com o barro ou a argila é, sem dúvida, uma das mais antigas do mundo e que, ainda hoje, encanta a muitos. No livro bíblico de Gênesis, vemos que o primeiro a inaugurar a arte ceramista foi Deus, pois “do pó da terra, o Senhor formou o ser humano” (Gn 2.7).
 Porém, de todos os artefatos de barro, é o vaso que se apresenta na Bíblia como o objeto ilustrativo mais importante para mostrar, por um lado, a realidade destrutiva do ser humano por causa do pecado e, por outro, a sua restauração por intermédio de Cristo.
 Disse o rei Davi, certa vez, em meio a fragilidades, problemas e tribulações: “Todos se esqueceram de mim, como se eu tivesse morrido; sou como uma coisa que foi jogada fora” (Sl 31.12).
 Não é assim que nós nos sentimos muitas vezes? Basta uma humilhação ou um prejuízo e ficamos arrasados. Basta a consciência nos acusar de alguma transgressão a Deus ou a nosso semelhante, e ficamos desiludidos.
 Entretanto, como é confortador sabermos que não estamos sozinhos, deixados à própria sorte! Como é maravilhoso sabermos que Deus está do nosso lado, fazendo de tudo para nos restaurar. De vasos quebrados, passamos a ser vasos úteis para ele e para as outras pessoas.
 Através da fé no Salvador Jesus Cristo, temos a nossa vida transformada. Temos forças para enfrentar as dificuldades, pois sabemos que o nosso Deus, por amor, nos preparou uma vida que é eterna. Por Cristo, temos o perdão dos nossos pecados e paz em nossa alma. Somos vasos restaurados pelas mãos do maior artista, que é Jesus Cristo. E recebemos dele as bênçãos que ele nos preparou para esta vida e para a eternidade.
 É para isto que Deus, no seu infinito amor, nos chama. Para vivermos uma vida dedicada a ele, em amor ao próximo, que precisa também conhecer a Jesus.

Oremos: Eu quero ser, Senhor amado, como um vaso nas mãos do oleiro. Quebra a minha vida e faze-a de novo. Eu quero ser um vaso novo. Amém.

CEL "Cristo Para Todos", Cancelão - Piratini - RS...


Pra pensar sobre...

"Bendito é quem sabe ser simples, ama a vida, parte o seu pão com o irmão, vive sua fé em palavras e ações, evita a injustiça e ergue, neste mundo, sinais de um reino bom, de um reino de justiça e de paz."


Devocionário O Abraço de Deus, pg. 11